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Volans: um sonho possível

Atualizado: 17 de jan. de 2022

Por que nosso próximo barco carrega esse nome esquisito?


Estávamos na Curva da Jurema, uma ancoragem bem deliciosa em Vitória/ES, fazendo alguns reparos no barco e nos preparando para a próxima travessia, quando de repente:


"Aceitam um café?" - pergunta um rapaz que se aproximou de Mintaka repentinamente com seu bote inflável.

"Por que não?", respondemos, já animados em conhecer um novo vizinho de barco.


Uma das coisas que mais gostamos da vida à bordo é o senso de comunidade entre os velejadores, que reconhecem uns nos outros a paixão pelo mar e todos os desafios inerentes a esse amor.


Deivis era seu nome.

Sorridente e comunicativo.

Logo sentou-se no cockpit e começamos a papear.

Surpreendentemente, dessa vez a conversa não girou em torno de previsões de tempo, vida à bordo ou motores à diesel. Durante os quinze rápidos minutos daquele encontro regado à café, entramos em temas profundos sobre o poder da mente, medo e crenças que regem a realização (ou não realização) de nossos sonhos. Quando nos demos conta, Deivis estava dando uma mini palestra gratuita e interessantíssima sobre PNL (programação neuro linguística) - que é uma de suas especialidades.

Logo já notamos que ele era um cara especial, de inteligência afiada e uma trajetória de inspirar qualquer um.


Ao se despedir, ele nos convida para um jantar no dia seguinte à bordo de seu veleiro. Mais uma vez, falamos sim.


Extasiados com aquele encontro, Chris e eu nos olhamos por alguns instantes em silêncio tentando entender o que tinha acontecido, até que um de nós solta a piada: "Qual será o tema da palestra de amanhã?"


Entre risadas e gratidão pelo mistério da vida, colocamos uma intenção sobre algo que sempre quisemos aprender, mas ainda não tínhamos investido tempo e energia.

"Física quântica", sugere Chris, sem nem ter idéia se Deivis realmente sabia algo sobre esse tema tão profundo e um tanto quanto complexo.


Se um breve papo com café à tarde já foi tão profundo, um longo jantar juntos parecia promissor.


Capitão Chris e Mintaka na curva da Jurema, em Vitória/ES.


No dia seguinte, após terminar nossos trabalhos do dia, fomos remando animados e curiosos até o veleiro Fúria. Deivis logo nos recebeu com um abraço caloroso, uma taça de vinho e um cheiro delicioso que já emanava da cozinha.


Aquela conversa inicial aleatória e superficial, que geralmente se faz presente em encontros entre pessoas que mal se conhecem, não existiu entre nós. Nossos interesses em comum sobre temas profundos como desenvolvimento pessoal ou psicologia, eram conectores instantâneos entre nós, instigando perguntas e respostas cada vez mais curiosas. Não demorou muito para contarmos para ele sobre o nosso sonho dos Piratas do Amor:


"Sonhamos com um grande veleiro de dois mastros, cockpit central, casco de alumínio, capaz de receber uma tripulação de 15 ou até 20 pessoas. Um barco preparado para dar a volta ao mundo e navegar por qualquer mar, incluindo as baixas latitudes. Ali, criaremos uma zona autônoma de aprendizagem livre, para repensarmos e criarmos uma nova cultura de viver na Terra".

No final dessa partilha cheia de magia, caímos no comum erro de acrescentar a frase: "Porém, infelizmente não temos ideia de como vamos comprar esse barco. Não temos dinheiro e um barco assim custa muito caro!"


Deivis logo nos interrompeu:


"Tomem cuidado com suas palavras. Elas têm poder!"

"Deixa eu explicar algo para vocês..." - acrescenta ele.


Foi assim que começou a palestra gratuita da vez. Surpreendentemente - ou não, o tema escolhido foi: FÍSICA QUÂNTICA.


Oi?

Qual a chance?

Era exatamente o que tínhamos pedido ao universo, mesmo que de brincadeira, na tarde anterior, lembra?


Para o universo não existem brincadeiras.

Intenções são intenções.


Por isso: cuidado com o que você pede.

De alguma forma Deivis ouviu nosso pedido e estava pronto para compartilhar seu conhecimento sobre o tema.


Passamos horas conversando sobre Física Quântica, bebendo vinho, dando risada, e conectando tudo isso com o nosso sonho.


Ele estava engajado em nos ajudar a realizá-lo, compartilhando tudo que sabia sobre o poder manifestador de nossas mentes, sobre a intenção das palavras, e sobre a grande chave - de acordo com ele, para o sucesso:


"O segredo do sucesso está na capacidade de continuar sonhando", disse Deivis

Ele nos provou com dados científicos, quânticos, filosóficos, teóricos e espirituais, sobre como é possível realizarmos TUDO aquilo que queremos e sonhamos. Todo ser humano tem esse mesmo poder. Deveria ser matéria obrigatória na escola, mas esqueceram de colocar na grade.


"E mais, quem disse que esse próximo veleiro será caro? Pode ser que o barco chegue de graça, como doação de alguém. Ou até mesmo que vocês façam todo o dinheiro necessário para comprá-lo. Tudo é possível quando acreditamos que é possível! Anunciar para o universo que vocês não terão o dinheiro, é decretar uma condição limitante para a realização do próprio sonho, e portanto, é um contrato com o próprio fracasso. Fracasso no sentido de entregar a autorresponsabilidade ao medo de não ser quem se quer ser."


Um tapa na cara cheio de amor e esperança.

E um jantar marcante.


Voltamos para Mintaka impactados. Percebemos que sim, sabemos sonhar, mas estávamos mais uma vez enchendo nossa mente com condições, medos e crenças que limitavam a realização desse grande sonho pirata.


Medo paralisa. E paralisados, nunca chegaríamos ao próximo veleiro.


Fomos dormir.

 

Na manhã seguinte acordamos animados, não só pela conversa transformadora da noite anterior, mas também por que estávamos prestes a embarcar na travessia de nossos sonhos: Vitória até Abrolhos, e depois Abrolhos Ilhéus. Seriam no mínimo quatro dias de alto mar, vento forte, baleias, visuais incríveis, adrenalina e muita parceria entre a tripulação que ali se encontrava.


Fabinho, nosso grande amigo velejador, já estava pronto e - como de praxe, de muito bom humor. Água Viva, nosso primeiro artista em residência, tinha acabado de embarcar. Novato no mundo náutico, ele é um capixaba cósmico, com dedos que pareciam longos pincéis, voz encantadora e presença que pulsa arte. Mal sabíamos que ele seria o primeiro membro oficial de nossa comunidade do mar, já que ele chegou para ficar duas semanas à bordo, e acabou morando conosco quase três meses.


Da esquerda pra direita: 1. Almoço gourmet no meio do mar com Fabinho, em travessia de Búzios para Vitória; 2. Fabinho com a carta náutica, onde ele traçou nosso rumo e fez desenhos únicos em alto mar, que se transformaram na nossa obra de arte chamada Travessia; 3. Tripulação unida, agora com Água Viva Cósmica, em travessia de Vitória para Ilhéus, com parada inesquecível em Abrolhos.


Enquanto preparávamos o barco, Deivis me liga da praia, pedindo para que eu fosse até lá.


De Mintakinha, nosso bote, fui ao encontro dele.


"Só queria me despedir, e dar esse presente para vocês" - disse ele, entregando-me uma embalagem retangular e grande em minhas mãos.


Deivis, além de empreendedor, físico quântico, estudioso da mente humana, cozinheiro e velejador destemido, é também artista, pessoal!


Seu presente era uma obra de arte que ele fez especialmente para a gente, no período entre o jantar do dia anterior e aquela manhã ensolarada.

Se ele dormiu, eu não sei.

Estava pasma.


Na parte da frente do quadro ele havia representado, num estilo meio Romero Britto colorido e cheio de vida, Mintaka ali na curva da Jurema, em Vitória. Já estava bem feliz com essa parte, quando ele me pediu para virar o quadro.


Uau! Lá estava ele! Volans!

Tínhamos conversado tanto sobre o nosso sonho, que Deivis manifestou o próximo veleiro em forma de arte, e não só deu o nome de Volans, como acrescentou na tela um monte de códigos ocultos, magias e símbolos poderosos.


Na frente: Mintaka em Vitória/ES. Atrás: Volans, nosso futuro veleiro.


Ele me explicou o que significava cada símbolo, as fórmulas matemáticas doidas, o nome Volans e tudo mais. Comecei a chorar de emoção.


Não seria capaz de contar tudo isso nem para o Chris naquele momento, e nem para vocês aqui agora. Pedi então para ele gravar um áudio, para que eu nunca mais me esquecesse daquilo:

É um áudio de apenas 1 minuto: vale à pena ouvir.








Daí em diante começamos a chamar nosso próximo veleiro de Volans.

Assim como um Pokemón que evolui e muda de nome, fazia sentido Mintaka - que é uma estrela, evoluir para Volans - que é uma constelação.



Onde Volans está nesse mundo, ainda não sabemos. Mas ele definitivamente está vivo em nós, e vibramos para atraí-lo diariamente. No tempo certo, que é o tempo do tempo, ele chegará ou nós chegaremos a ele. Enquanto isso, seguimos acreditando no sonho, navegando com coragem e determinação, sendo mais impecáveis com nossas palavras e crenças, e olhando para nosso quadro todos os dias para nunca esquecermos qual o rumo.


Obrigada Deivis e Mistério da vida, por nos relembrarem qual o caminho de volta, quando nos distraímos ou nos perdemos de nós mesmos.


A vida é um sopro, e sonhar é alimento para que a alma siga viva.

Quer saber mais sobre nosso sonho? Conheça aqui


Conheça também nossa obra Volans, criada por artistas em residência à bordo, disponível em nossa Loja online.


Fotos de nossa obra Volans, à venda na Loja do Sonho.

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