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Corpo Selvagem de Amor

Um relato sobre nossa experiência de transformação profunda durante o retiro Corpo Selvagem do Amor, com Raquel e Ron


Chris e eu, durante o retiro Corpo Selvagem do Amor


Uma breve introdução:


Se há algo em comum entre todos os seres humanos que habitam este grande Planeta Azul é o desejo de amar e ser amado.


Muito se fala por aí sobre propósito - é um tema em alta.

E na minha visão é exatamente esse o nosso maior propósito: aprender a amar. Isso porque muito do que chamamos de amor, nada mais é do que medo - muito bem disfarçado.

Afinal, quanto mais sabemos amar - a nós mesmos, os outros, os animais, as plantas, e toda a forma de vida na Terra, MAIS colocamos amor em TUDO que fazemos e somos. E assim esse grande propósito se ramifica em outros formatos do nosso Serviço, espalhando mais e mais amor, em meio a um mundo de tanto medo.


Essa sempre foi a minha prioridade na vida. E me sinto abençoada pelo Mistério, de ter encontrado minha alma gêmea e parceiro de missão, o Chris. Juntos estamos há 8 anos numa prática diária e profunda de viver nossa liberdade individual, em parceria comprometida com a evolução como casal.


Os formatos que nos apresentaram previamente sobre "como viver em um relacionamento amoroso"pareciam apertados e pequenos diante da imensidão dessa palavra de apenas quatro letras. Não por acaso o próprio verbo tem "mar" dentro de si.


Assim como o mar, amar é um ato gigante e profundo, impermanente e caótico, sem espaço para controle ou apego.

Relacionar-se é a oportunidade de embarcar na maior travessia de todas: a própria vida, junto dos parceiros que estejam verdadeiramente engajados em se despir por completo, para apoiar incondicionalmente na evolução espiritual (e material) daquele com quem se escolhe "atravessar" o oceano do amor.


Amor, portanto, é uma decisão.

Decidimos embarcar nessa travessia juntos como casal e também com outros piratas corajosos. Buscamos ressignificar a monogamia como regra, simplesmente por que o ato de questionar tudo aquilo que é "imposto" e aparentemente "normal" é realmente importante, para sermos mais criadores e menos criaturas. Ao mesmo tempo que já vivemos a tal da monogamia em total paz e alegria, como escolha consciente e libertadora.


Não é sobre rótulos, é importante frisar isso. É sobre encontrar a própria verdade, e assim como um rio que flui em direção ao mar, definir as margens que darão vida aos acordos do casal, que estão em constante movimento conforme cada indivíduo evolui.

Entendemos que o amor é livre por natureza, e por isso, já exploramos também as águas do poliamor e da "anarquia relacional", para relembrar nossas células e ossos, que o amor é abundante e infinito SIM. Para isso é preciso encarar os muros altos do medo, decodificando o ciúmes, o apego, a dependência emocional, os padrões tóxicos e o profundo e monstruoso medo da rejeição que adormece em nosso âmago. Bastante trabalho, não é não? Uma baita aventura essa tal travessia, e por isso, ir um passo de cada vez é fundamental.


Não é fácil mergulhar nessas águas, pois é como revirar e levantar a poeira de um grande baú de dores e medos ancestrais, já muito bem abafados e trancados a sete chaves pela sociedade - que somos nós. E assim como uma travessia no mar, a travessia do amor envolve muita resiliência, humildade, paciência e coragem.


Senão, na primeira tempestade já vamos querer abandonar o barco.

Por isso, termino essa introdução com o principal motivo que nos trouxe até esse retiro: a busca por uma tribo. Confesso que por vezes sentimos o sabor da solidão de navegar pelas águas livres do amor, e tantas outras vezes nos vimos à deriva e sem rumo. Querer ressignificar o amor "sozinho" (seja como casal ou individualmente), é praticamente impossível, eu diria. Por isso e para isso que os Piratas do Amor existem.


E foi em meio à essa navegação do mar do amor, que encontramos um casal que não só fala a mesma língua que a gente, como também nos apresentou um novo dicionário de práticas e ferramentas necessárias para seguir nessa jornada.


Raquel e Ron: um casal que pulsa autenticidade em sua potência, à serviço dessa nova cultura do amor que tanto falamos aqui.

Raquel, Ron e Gael - o pequeno xamã.


Eles facilitam o retiro Corpo Selvagem do Amor com um nível de maestria, que fazia tempo que eu não via - e olha que já vivi diversos retiros e vivências profundas de autoconhecimento. Isso por que eles - além de terem muita experiência e serem super profissionais, nos guiam por essa jornada da cura do amor e da sexualidade com INTEGRIDADE, COERÊNCIA e VULNERABILIDADE.


Eles realmente sabem ser mestres enquanto aprendizes - seria essa a própria definição de um mestre?

Chris e eu participamos como casal do último retiro Corpo Selvagem do Amor (CSA), em novembro de 2021. E gostamos tanto, mas tanto, que iremos novamente agora no retiro de carnaval em 2022, dessa vez como assistentes.


Em uma frase, para mim, o CSA é sobre a criação de uma nova cultura de amor e de uma sexualidade sagrada, praticando de forma individual e coletiva a ativação da nossa força vital e a reconexão com o Divino em nós.


Importante dizer que, apesar de termos ido para o retiro como casal, essa é uma experiência INDIVIDUAL, já que as minhas dores e curas pertencem à mim, e as do Chris, pertencem à ele. Mas claro, ao nos curar individualmente, também curamos a nossa relação.

As transformações foram imensuráveis. A seguir compartilho os principais aprendizados que colhemos (daqueles possíveis de serem colocados em palavras).


Vamos lá?

  1. Paciência. Essa palavra o mar me ensina muito. E Raquel e Ron também. Aprendi no retiro que, para criar uma nova cultura de amor, é preciso ir devagar! Sim, é uma prática urgente e extremamente relevante para nós como humanidade. Mas urgência não é pressa, e sim PRESENÇA. Como eu disse anteriormente, entrar por esse portal pode reativar dores e medos que são ancestrais e de raízes profundas, portanto é importantíssimo dar um passo de cada vez.

  2. Quando escolhemos embarcar nessa travessia, é fundamental ACEITAR nossas emoções como elas são. Raquel e Ron são canal de muita sabedoria emocional, que é um dos pilares que mudou nossa vida nesse retiro. Praticamos no CSA diversas técnicas para dar vazão e expressar nossas emoções, sem ignorá-las, represá-las ou julgá-las. É sobre sentir tudo do começo ao fim.

  3. Para que isso seja possível, é necessário criar um campo seguro, para que todos possam se expressar em sua vulnerabilidade e verdade. O retiro é impecável nesse aspecto, oferecendo um espaço para que cada indivíduo (se assim desejar) escancare suas luzes e sombras para o coletivo, criando então uma grande sala de espelhos, que nos ajuda a enxergar e amar aquilo que é. A construção de comunidades de confiança é fundamental para curar a nossa ferida coletiva. No CSA isso existe e é vivido na pele.

  4. Nessa nova cultura não existem VÍTIMAS. O CSA nos convida DIARIAMENTE a ativar a nossa auto responsabilidade emocional, saindo do papel da vítima que adora culpar o outro, como causador da própria dor.

  5. Horizontal x Vertical: aprendemos esse conceito pela primeira vez com Raquel e Ron, e foi um divisor de águas para nós. Durante o retiro somos convidados a ativar a nossa energia Eros (energia vital e sexual) sem projetar no OUTRO, e sim em conexão direta e vertical com o coração e com o Divino. Ou seja, a minha energia sexual pertence a mim e é a minha conexão com a fonte da criação, e mesmo que ela esteja sendo ativada através da conexão com um outro ser, não é sobre o outro. Isso é viver uma conexão com alguém de forma vertical, que é diferente da horizontalidade, que é o tipo de conexão que busca criar vínculos de afeto, e traz a "pessoalidade" para a dinâmica - geralmente criando apego e ganchos energéticos.

  6. Consentimento. Palavra muito trabalhada ao longo do retiro, e que define - na minha opinião - a saúde e integridade de qualquer relacionamento que nos propomos a viver (não apenas amoroso ou sexual). Resumidamente, se trata da "concordância" (consentimento) de tudo aquilo que escolhemos DAR ou RECEBER em uma dinâmica com alguém, e que, sem o tal do consentimento, se transforma no ato de "roubar", "tirar" e abusar desse alguém - ou ser abusado. É sobre clareza na comunicação e verdade sobre todos os desejos e limites dentro de uma relação. Saiba mais sobre a roda do consentimento aqui.

  7. Para que exista consentimento, como já falei no ponto anterior, é preciso COMUNICAÇÃO totalmente transparente. E para que haja transparência na comunicação, é necessário clareza e confiança naquilo que cada um deseja e também de todos os limites dentro de uma relação. Praticamos, portanto, a verdade radical em todas as dinâmicas durante o CSA, que começa em um diálogo com nós mesmos, individualmente, e depois com o outro. Aprendemos que NADA é pessoal, portanto, um "não" é apenas um "não", e se esse "não" despertou em mim a tristeza da dor da rejeição - vou sentir essa tristeza em minha inteireza, e na minha auto responsabilidade e amor próprio, cuidar para que ela se expresse e me ensine.

  8. Integridade. Já usei essa palavra algumas vezes aqui. Mas ela foi tão importante para nós, que vale repetir aqui: ser íntegro é agir com o consentimento de todas as partes envolvidas em uma relação, e respeitar por completo os desejos e limites do outro. Quando agimos com integridade, criamos vínculos de confiança integral, e assim os limites aos poucos se dissolvem, abrindo espaço para que mais desejos sejam vividos e para que a liberdade individual siga viva junto do compromisso com a relação.

  9. Energia Eros é a nossa conexão com o Divino. Uau! Esse poderia ser o primeiro item dessa lista, mas quis ir devagar para chegar até aqui (lembram da "paciência?"). O CSA é um canal para ativarmos e invocarmos essa energia em nós. Nossa sexualidade é absolutamente sagrada e é nossa conexão com a fonte da criação. Essa energia é nossa, e não tem a ver com o outro (por mais que possa ser despertada através da conexão com alguém). De uma forma geral, a cultura popular tende a distorcer e castrar essa energia. Existe um trauma coletivo em nós, como herança do patriarcado e outras opressões sistêmicas que objetificaram nossos corpos, plantando a semente da culpa, vergonha e dores ao redor de uma energia tão sagrada, que é a nossa sexualidade. Por isso, no Corpo Selvagem do Amor trabalhamos essa cura de forma COLETIVA, ressignificando a relação com a energia Eros e nossa potência criadora.

  10. Para que isso aconteça, é preciso estarmos ancorados em nossos corpos. Aprendemos no CSA a enxergar o corpo como lar sagrado, naturalizando a nudez (para quem assim desejar em sua auto responsabilidade) e honrando a beleza que habita em todas as diferenças. Somos convidados a incorporar nossas emoções, trazendo movimento para o corpo como canal de cura, para que assim, possamos viver a experiência literalmente na pele.

  11. Mistério. Essa palavra pode significar muita coisa e ao mesmo tempo nada para você. A força invisível que rege a magia da vida e que se comunica diretamente com nossa intuição. Para nós, no CSA e na vida como um todo, é o tal do Mistério que nos guia.



Para fechar, quero trazer mais alguns aprendizados que tivemos como CASAL. Importante lembrar que esse retiro é para todos, solteiros ou casais nos mais diferentes "modelos" de relacionamento. E independente de você ir com seu parceiro/a ou não, esse retiro propõe uma experiência de cura INDIVIDUAL.

  1. Por isso, inicio compartilhando que é muito importante, caso você tenha o desejo de ir com seu parceiro/a/e, ter CLAREZA se o melhor para vocês é isso mesmo. Conheço alguns casais que preferiram ir separados, ou seja, um vai primeiro, e o outro num próximo retiro. Não existe certo ou errado, o importante é perguntar-se: "Estamos prontos para viver essa experiência juntos"? "E queremos isso?". Pois lembrando: ali não existem vítimas, e se o retiro já é intenso para você individualmente, pode ter certeza que também é intenso para o casal - pois o trabalho se multiplica.

  2. Por conta da nossa trajetória até então e também por nos sentirmos maduros na relação, decidimos ir juntos. E recomendamos demais, caso vocês se sintam assim também. Nós queríamos presenciar o processo pessoal do outro, como impulso de cura como casal. Para que isso ocorresse, é como se tivéssemos que viver a experiência do retiro nos três níveis: "o eu, o outro e o nós". O que na prática para nós significou: encontrar momentos (mesmo que breve) para checar como o outro estava; transmitir cuidado com um olhar ou um abraço sempre que possível; realinhar diariamente nossos acordos, desejos e limites; e agir com naturalidade,verdade e vulnerabilidade em frente ao outro.

  3. Eu já falei disso algumas vezes, mas para nós o maior aprendizado como casal, foi a importância de uma rede de apoio para quem se propõe a viver essa nova cultura do amor. Deixamos de ser navegadores "em solitário" pelo mar do amor livre, e encontramos uma tribo, com quem podemos praticar com confiança e verdade o passo a passo dessa jornada.

  4. Sabedoria emocional: é fundamental que o casal pratique todas as técnicas e ferramentas de sabedoria emocional que nos são ofertadas durante o retiro. Para Chris e eu, isso fez TODA a diferença, pois é só assim que um é capaz de expressar suas emoções de forma nu e cru, com maturidade e auto responsabilidade, sem culpar ou projetar no outro, enquanto o outro também é capaz de ouvir e acolher, com compaixão, curiosidade e calma. No passado falhamos diversas vezes exatamente nesse ponto, causador de muito drama e sofrimento, que hoje - já não mais queremos.

  5. Compersão. Essa palavra esquisita é um sentimento (que infelizmente costuma ser raro), que veio nos visitar diversas vezes durante o retiro! Caso você não conheça, esse é um termo conhecido na comunidade "Poliamor". Compersão é o sentimento de alegria e até mesmo prazer de uma pessoa, ao ver seu parceiro amoroso feliz com outra pessoa. Para Chris e eu, esse é um sentimento que queremos nutrir em nossa caminhada juntos, pois é puramente libertador e curador, por mais "utópico" que pareça. Compersão é o oposto de ciúmes, e claro: sentimos ambos durante o retiro. O importante é integrar e amar todos eles igualmente, como parte da nossa experiência como seres humanos em busca da nossa evolução.

  6. Por fim, quero compartilhar algo especificamente para casais que querem "abrir a relação" (não sou muito fã desse termo, mas assim fica mais fácil de nos entendermos). Primeiramente vou relembrar vocês que esse retiro NÃO é sobre "não monogamia". Não é sobre formato algum, e sim sobre uma nova cultura de amor e sexualidade sagrada. Mas para os casais que estão buscando questionar a monogamia como regra, encontrando espaço respeitoso para viver outras conexões com outros seres de forma a nutrir sua relação hoje, sugiro fortemente esse retiro para vocês. Isso porque no CSA, como já comentei, o campo criado é seguro e ancorado na confiança, para que o casal possa caminhar UM PASSO DE CADA VEZ, abrindo-se lentamente para os desafios e tesouros dessa longa jornada que é aprender a amar e se curar em parceria.



É isso minha gente. Como vocês podem ver, foram muitas as curas e transformações para nós por aqui. Acredito profundamente em tudo que compartilhei aqui, e recomendo de olhos fechados o trabalho da Raquel e do Ron, como mensageiros e curandeiros do amor no Planeta Terra.

A cura do amor e da sexualidade é, para nós, um ato revolucionário.

Estamos honrados e gratos ao Grande Mistério, por termos encontrado a nossa tribo - que mal sabiam eles, já eram Piratas do Amor também!


Raquel e Ron se transformaram em nossos mestres, e principalmente, grandes amigos e irmãos de jornada. Pois sim, é esse o trabalho que também iremos ancorar no mar à bordo de Volans, e que já estamos oferecendo através de nossa mentoria online.


Assim a tripulação cresce, e podemos seguir nessa grande travessia do mar do amor cada vez mais unidos e fortes.


Saiba mais e inscreve-se para o retiro Corpo Selvagem do Amor aqui.



Câmbio desligo,

Pirata Arraia


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