Uma experiência única velejando a bordo de Artemis para a Wilhelmshaven Cup!
Que dia inesquecível!
Depois de quase 8 horas dirigindo, estávamos exaustos quando chegamos em Wilhemshaven, na noite do dia 30 de setembro.
No entanto, assim que um dos simpáticos membros da tripulação do Artemis nos mostrou nossa cabine, nos recarregados de energia e estávamos absolutamente empolgados.
Mal podíamos acreditar no que estávamos vendo! Estávamos finalmente dentro de um Tallship!
Um sonho se realizando!
A verdade é que (como contamos no nosso último post no blog) nos inscrevemos para a Enkhuizener Zeevaartschool para estudar navegação tradicional, sem nunca velejar ou mesmo pisar em um barco tão grande. Tudo o que sabíamos era nossa experiência passada a bordo do Mintaka, nosso veleiro de 33 pés, onde moramos nos últimos 4 anos navegando pela costa do Brasil. Mas para ser sincera, para alguém que navega Tallships, acho que Mintaka é comparável a um Optimist*.
Parece absolutamente insano, mas talvez o nome disso seja: "o poder dos sonhos".
Sim, sonhos! Não os que temos enquanto dormimos, mas os pensamentos que criamos no presente, para imaginar nosso futuro desejado. Feito por pensamentos, sonhar é a primeira semente interna para criar nossa realidade e manifestar tudo o que realmente acreditamos.
Há anos atrás tivemos esse pensamento em forma de sonho: nós navegando pelo mundo em um grande barco pirata. Esse mesmo sonho junto de uma boa quantidade de comprometimento e trabalho duro, nos trouxe aqui!
Pouco antes de entrar no barco, dissemos um para o outro:
Ou vamos perceber que tudo isso foi um grande erro, ou nossas almas vão gritar de alegria, dizendo "Uhuuuuul!! É isso mesmo que queremos!"
Nossa primeira hora a bordo do Artemis, o belíssimo barco da Tallship Company
E advinha só qual foi nossa reação?
UAAAAUUUUU! UHUUUL! EIIIITAAAA! É ISSO MESMO QUE QUEREMOS!
"Hmmm, vamos com calma. Melhor descansar um pouco e ver como nos sentimos amanhã, quando o barco estiver realmente navegando." - pensei comigo mesma.
Acordamos no dia seguinte com uma leve ressaca (muita emoção às vezes vem junto de uma ou duas cervejas a mais), e MUITO empolgados para a nossa primeira vez velejando em um Tallship.
Estávamos prontos para observar cada movimento com cuidado e ajudar da melhor forma possível.
O começo da regata
No primeiro momento em que o Artemis ligou o motor e saiu do cais, já estávamos eufóricos.
Foi quando o capitão desligou o motor com as velas abertas iluminadas pelo sol (eu contei 11, de um total de 17). Estávamos de repente velejando com aquela nave-mãe gigantesca e mágica.
Estávamos em êxtase.
Puramente emocionados.
Encantados. Apaixonados.
Artemis velejando
E também de alguma forma um tanto quanto hiperativos e sobrecarregados com tantas novas informações! Tantos cabos, velas, e pessoas a bordo! Até então estávamos acostumados a velejar só nós dois, manejando apenas duas velas. Moleza comparado a isso aqui.
Nosso sonho cresceu, e não só o tamanho do barco aumentou, como também o tamanho dos desafios!
Tantos cabos!
Por cerca de uma hora, Artemis estava velejando lindamente.
Quando então, repentinamente (assim como tudo no mar), chegou uma forte rajada e tivemos que baixar a maior parte das velas. Essa não é uma tarefa fácil para um barco desse porte.
Pessoas correndo, capitão dando instruções diretas e claras, os marinheiros agindo rapidamente, fazendo muitas coisas ao mesmo tempo e pedindo para que mais pessoas ajudassem com as velas - sim, tudo é muito pesado ali e é preciso a força de várias pessoas ao mesmo tempo para realizar essa tarefa.
Christof e eu estávamos tentando ajudar, sempre que possível.
Trabalho, trabalho, trabalho
Adrenalina, frio, chuva, vento e raios.
Animação pura! Emoções à flor da pele!
Dá só uma olhada:
Bela adernada
O único vídeo que consegui gravar em meio à tempestade
Tão rápido como chegou, a tempestade logo foi embora. A regata foi cancelada. Todos os barcos voltaram para o cais.
Definitamente, queríamos mais!
Que bom que estamos indo em breve para a escola, pois realmente percebemos o quanto ainda temos a aprender e quantas milhas ainda temos a navegar antes de pensar em comprar o nosso próprio próximo barco.
Por enquanto, já que estávamos nesse incrível evento em Wilhelmshaven, com tantos barcos fantásticos ao nosso redor, decidimos visitar um por um e nos preencher de mais inspiração.
Conhecido como "open ship day"(dia dos barcos abertos para visita), coletamos carimbos de todos os capitães, fizemos perguntas das mais diversas e conhecemos uma belíssima variedade de barcos. A seguir os nossos favoritos:
Artemis: construído na Noruega em 1926 inicialmente como um baleeiro. Posteriormente serviu como cargueiro transportando mercadorias entre a Ásia e a América do Sul. Desde 2001 o Artemis voltou a navegar em águas europeias, honrando a grande tradição marítima da Holanda.
Twister: originalmente construído em 1902 com o objetivo de transportar peixes entre os barcos e o porto. Para garantir que o peixe permanecesse fresco, o Twister foi construído e equipado para velocidade.
Em 1998 foi transformado num barco de passageiros de luxo. Renovado novamente em 2012, ele foi atualizado com todos os novos recursos/equipamentos de segurança e todos os confortos modernos que você poderia desejar.
Avatar: construído em 1941 em Wolgast, Alemanha, como um KFK Kotter sob o número 401. Em 2010 André Hanzens comprou o barco e o reconstruiu como escuna de gávea. Assim como o Twister, o Avatar é totalmente remodelado para um veleiro de luxo com charme e elegância únicos.
Stortemelk: foi lançado como barco de pesca em 1961 e convertido em uma escuna elegante, rápida e segura em 1992, podendo navegar em águas de todo o mundo. Nos apaixonamos por esse barco!
Abel Tasman: uma escuna de dois mastros construída em 1913 no estaleiro Pattje em Waterhuizen (NL) para carregar cargas nos mares do Norte e Báltico. No inverno de 1989, o barco foi convertido para navegar com passageiros, e em 1998, recebeu o nome de Abel Tasman.
Zephyr: foi construído na Holanda e lançado em 1931 como Motor Galjas sob o belo nome "BENTE". Jan (atual proprietário/capitão) e sua parceira reformaram radicalmente o barco em 1994/95 e a partir de abril de 1996 fizeram belas viagens no norte da Europa já sob o nome "ZEPHYR".
Se você quiser ler mais sobre todos os barcos que participaram da Wilhelmshaven 20th Cup, clique aqui.
Vale a pena! Cada barco uma história única, com anos de tradição naval e cheios de particularidades que nunca vimos antes.
Esse foi um belíssimo começo do nosso novo capítulo no mar! Um gostinho do que vem pela frente!
Chegamos em Enkhuizen e estamos prontos para começar nossas aulas!
Próximo post em breve sobre o que exatamente vamos estudar e fazer nessa cidade pitoresca chamada Enkhuizen.
Fique de olhos e o coração abertos! :)
* Optimist: um barquinho à vela para uma única pessoa destinado a jovens de até 15 anos
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